A máxima alardeada por líderes nas últimas semanas de que, com acordo, tudo é votado (não importa o prazo curto), se fez valer na última semana de funcionamento do Congresso. Câmara e Senado tiveram bons motivos para aceitarem aprovar o pacote fiscal do governo: o farto volume de emendas pagas neste mês e a perspectiva de reforma ministerial.
O pontapé inicial para as trocas no governo pode se dar pela Defesa e Secom. O Centrão não quer ficar de fora da “dança das cadeiras”, então tinha suas razões para se mostrar útil.
A dupla Rodrigo Pacheco e Arthur Lira entregou o que prometeu, mas até o último instante as resistências da própria base governista obstaculizaram o trâmite do pacote. O primeiro está com um pé na Esplanada dos Ministérios, o segundo tem destino ainda incerto.
No balanço de dois anos de convivência com Lula, Lira e Pacheco colaboraram com o governo: entregaram a PEC da Transição antes da posse, a Reforma Tributária e agora o pacote (PEC, PLP E PL), entre outros. Faltou apenas a LOA de 2025.
O Congresso relutou apenas em avalizar a política de desoneração da folha de pagamento e ainda busca meios de driblar a decisão do STF sobre as emendas parlamentares. A posição dura do ministro Flávio Dino atrapalhou, e muito, o fluxo ideal do pagamento de emendas, deixando a conta mais cara para o governo conseguir aprovar o que precisava em 2024.
Neste fim de mandato de Lira e Pacheco, no geral, o Congresso entregou o que foi demandado, ainda que desidratado. Mas aí é outra máxima no Parlamento: tudo que chega no Congresso não sai do jeito que entrou.
Equipe BAF – Direto de Brasília
Foto: Lucas Martins / InfoEscola.com