O assassinato de Marielle Franco é um dos temas que mais despertam tensões na Câmara dos Deputados. A esquerda, que há seis anos questionava quem mandou matar a ex-vereadora e seu motorista, Anderson Gomes, sempre trazia o assunto nos discursos e os bolsonaristas se ressentiam por verem o nome de Jair Bolsonaro ser envolvido indevidamente na trama. No Senado, os debates sempre foram menos acalorados. Há poucas semanas, por exemplo, a menção do nome de Marielle por um deputado bolsonarista na Comissão de Direitos Humanos gerou confusão e encerramento repentino da sessão. O desfecho do caso deve tornar mais quente uma semana fadada até então ao esvaziamento por causa da Páscoa. Isso porque Arthur Lira deve colocar em votação até quarta-feira (último dia da semana legislativa) a confirmação da prisão deputado Chiquinho Brazão (RJ). O União Brasil foi o primeiro a largar a mão do parlamentar ao expulsá-lo da legenda ontem. Já o PSOL vai protocolar no Conselho de Ética o pedido de cassação de Brazão. Temas econômicos não devem ter tanto destaque nos próximos dias. Até a volta à prisão do tenente-coronel Mauro Cid na sexta-feira acabou ofuscada pela conclusão do caso Marielle.
Daiene Cardoso – Direto de Brasília
Foto: Renan Olaz/CMRJ