O anúncio do reajuste de 25 centavos no preço do diesel na refinaria obviamente repercutiu mal entre lideranças de caminhoneiros. Além do preço do combustível, a categoria considera que o governo Bolsonaro não conseguiu entregar nenhuma das pautas de 2018, como por exemplo a criação da aposentadoria especial para os trabalhadores. Mas os caminhoneiros não falam em paralisações, para se distanciar da parcela apoiadora de Bolsonaro que ameaçou parar o País no 7 de setembro. Eles apostam na saída democrática para os problemas atuais: querem aproveitar a insatisfação generalizada de deputados para colocar todas as fichas na Frente Parlamentar do segmento e pressionar por mudanças na formação de preços dos combustíveis. Ainda ontem, o presidente da Frente, deputado Nereu Crispim, começou a circular um requerimento de criação da CPI da Petrobras para “desvendar o segredo” dos reajustes da estatal e argumenta que a empresa tem aumentado a margem de lucro além do preço de paridade. Com os ânimos inflamados no Congresso, pode ser que consiga assinaturas, mas vai depender mais de Arthur Lira para saber se a CPI irá realmente para frente. Outra proposta apoiada pelos caminhoneiros no Congresso é o texto do próprio presidente da Frente que cria um fundo de estabilização dos combustíveis a partir de taxas na exportação do petróleo bruto – uma ideia que tem muito mais chance de convencer os deputados a ser implementada. A expectativa dos parlamentares é que um horizonte mais claro de quais propostas estarão na mesa seja possível após a reunião de líderes nesta quarta-feira, onde Lira prometeu que irá endereçar o problema.

Equipe BAF – Direto de Brasília

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