O diretor global da Braskem de Pessoas, Comunicação, Marketing e Relações com a Imprensa, Marcelo Arantes, admitiu, durante seu depoimento à CPI no Senado, que a empresa é responsável pelo incidente ocorrido em minas de sal gema em Maceió que afetou cinco bairros. A declaração surpreendeu o relator da comissão, Rogério Carvalho (PT-SE), e os demais integrantes porque foi a primeira vez que a empresa fez o mea culpa publicamente.
Arantes deixou sem resposta muitas perguntas técnicas porque, conforme afirmou, não é a área de sua competência. Por isso, a CPI convocou outro diretor da empresa, Marcelo Cerqueira, para esclarecer essas questões.
De acordo com Arantes, “a Braskem tem sua culpa no processo e assume inteira responsabilidade por isso”. Ele declarou que a companhia não tem intenção em dar continuidade ao programa de mineração que explorava anteriormente ao incidente ocorrido em 2018 e que toda indústria petroquímica sempre atua com riscos.
O diretor da Braskem também foi questionado sobre os acordos de indenização pagos aos moradores da região atingida e, segundo Arantes, não houve pressão por parte da empresa para força-los a assinar. De acordo com ele, todo processo foi acompanhado por advogados dos proprietários, além do Ministério Público do Estado e da União. Ele negou que os acordos tenham sido feitos de forma apressada, mas, sim, de forma célere porque era necessário desocupar a área o mais rapidamente possível.
Para Rogério Carvalho, a admissão pública de culpa por parte da Braskem não muda o ritmo da CPI e que o depoimento do diretor da empresa não contribuiu com novidades.
— Não deixou dúvidas e os esclarecimentos já estavam nos documentos – disse Carvalho.
Chico de Gois – Direto de Brasília
Foto: Pedro França/Agência Senado