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Fraude no INSS: Ministros fazem blindagem a Lula e “convocam” oposição para o ringue

A coletiva para explicar como o governo vai operacionalizar o ressarcimento das vítimas das fraudes no INSS foi marcada pelo esforço dos ministros em tirar do colo do presidente Lula a responsabilidade pelo escândalo.
A estratégia foi evidenciar que toda investigação aconteceu por “determinação” do atual presidente, que houve orientação dele para devolver o dinheiro roubado aos aposentados e pensionistas e as providências tomadas contra os envolvidos na “organização criminosa sofisticada”.
Ao governo Bolsonaro sobrou a pecha de não ter se mobilizado para impedir que a “engenharia criminosa” se criasse. Com a repercussão do vídeo do deputado Nikolas Ferreira (PL/MG), os ministros questionaram a razão do “desmonte” da Dataprev no governo anterior para eventual privatização e o motivo pelo qual o titular do Ministério da Previdência de Bolsonaro “não adotou providências”.
A mensagem do governo petista é responsabilizar pela “roubalheira doa a quem doer” e ir até as últimas consequências diante da “crueldade” contra aposentados e pensionistas.
A entrevista ontem foi didática na orientação de como o INSS vai proceder na comunicação às vítimas dos descontos não autorizados e como elas poderão reivindicar os ressarcimentos. “Lula não quer que nenhum aposentado fique no prejuízo”.
Os quase R$ 2,6 bilhões estimados no golpe inicialmente serão exigidos das associações envolvidas, anunciou o governo. Recursos do Tesouro, crédito extraordinário não estão no horizonte do governo neste momento, mas segundo os ministros, o que sair da União para eventualmente pagar as vítimas no futuro será alvo de busca de ressarcimento “a qualquer custo”.

CPMI- Os governistas no Congresso trabalham para a retirada de assinaturas do pedido de criação da CPMI para investigar as fraudes no INSS. Foram 241 assinaturas apoiando a comissão de investigação, sendo 32 de senadores e 209 de deputados. A ministra Gleisi Hoffmann (SRI) reclamou com líderes que parlamentares de partidos com cargos no governo assinaram o pedido.
Segundo fontes, o principal argumento de convencimento para retirada dos apoiamentos é que as fraudes passaram pelo governo Bolsonaro, que as investigações “pegam” boa parte da gestão anterior e que o andamento da CPMI não será positiva para a oposição.
Se os argumentos não forem suficientes, os governistas contam também com a colaboração de Davi Alcolumbre para segurar a instalação da comissão.

Equipe BAF – Direto de Brasília

Foto: Eduarda Esposito

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