As cenas dos últimos e dos próximos dias indicam uma aproximação estratégica do governo Lula com o Republicanos. Durante a crise com a bancada evangélica, foi ao lado do deputado fluminense Marcelo Crivella (Republicanos) que o ministro Fernando Haddad apareceu abrindo os trabalhos de negociação da tributação sobre a renda de integrantes de organizações religiosas, ainda que tardiamente. Enquanto a ala evangélica bolsonarista tratava o assunto como “perseguição”, Crivella rechaçou a palavra publicamente. Na sexta-feira, o presidente Lula vai a Patos (PB) entregar unidades do Minha Casa, Minha Vida. É a terra do líder do partido na Câmara, Hugo Motta, um dos homens de confiança de Arthur Lira e deputado muito próximo do ministro Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos). A tentativa de “conexão” com o Republicanos acontece faltando um ano para o processo de sucessão de Lira e Marcos Pereira, atual vice-primeiro presidente da Câmara e presidente da legenda, sempre quis o comando da Casa. Trata-se de uma aproximação que interessa aos dois lados.
Daiene Cardoso – Direto de Brasília
Foto: Claudia Martini/Futura Press