A notícia de que o STF formou maioria para manter a suspensão do pagamento das emendas de relator provocou repercussão negativa imediata no plenário da Câmara durante a votação dos destaques da PEC dos Precatórios. Deputados governistas classificaram como interferência do STF e, da tribuna, o relator do Orçamento de 2022, Hugo Leal (PSD/RJ), pregou que o Parlamento não pode ser tutelado por outro Poder. “A partir daqui, se o governo quiser aprovar alguma proposta vai ter que discutir o mérito dela, ou seja, se ela é boa ou ruim para o país e não o valor das emendas que está disposto a distribuir entre a sua base”, comemorou o líder da oposição, Alessandro Molon (PSB/RJ). O presidente da Câmara está sendo aconselhado por deputados a procurar Rodrigo Pacheco (que está em missão oficial em Glasgow) e sondar se o Senado estaria disposto a votar uma proposta para sustar a decisão do STF. O objetivo é dividir o desgaste com os senadores e não correr o risco de aprovar uma medida que, chegando ao Senado, fique na gaveta. Homem ligado ao Direito, é possível que Pacheco considere que o Senado já se pronunciou oficialmente nos autos processuais e não compre essa briga. Segundo fontes, Lira estaria incomodado com a ausência de Pacheco em plena crise provocada pela decisão liminar da ministra Rosa Weber.
Larissa Fafá e Daiene Cardoso – Direto de Brasília