A nova rodada da polêmica entre o Ministério da Defesa e o TSE foi considerada “desnecessária” por uma ala do Planalto. Essa ala mais política, que busca evitar marolas que possam gerar mais instabilidade no clima, entendeu a intenção do ministro da Defesa de defender as Forças Armadas, mas reconheceu que a forma não foi a melhor possível. No Planalto houve críticas ao texto do ofício e da nota oficial do MD, reconhecido inclusive por militares ouvidos pelo BAF. Essas fontes reiteraram que as Forças Armadas entraram na comissão de transparência das eleições a convite do TSE e apenas com papel colaborativo, sem qualquer protagonismo ou possibilidade de interferência no processo eleitoral. Essa polêmica, observaram as fontes, corroborou com o discurso de que o presidente quer interferir no processo eleitoral via Forças Armadas, o que reiteram que não é verdade, apesar do discurso inflamado e inapropriado do presidente Bolsonaro neste tema. Para uma dessas fontes, o ideal era que Bolsonaro cessasse suas falas sobre as urnas eletrônicas, pelo menos temporariamente, para que se tente arrefecer o clima político e afaste a narrativa de golpe militar. A ala mais radical ligada ao presidente, no entanto, aplaude essa polêmica. Considera que essa discussão deixa de lado questões incômodas para o governo, como elevação do preço dos combustíveis (como o anunciado para o diesel pela amanhã), o desemprego e a inflação.
Tânia Monteiro – Direto de Brasília