Líderes governistas não escondem o desconforto criado pela crise entre Arthur Lira e o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais), mas diante do impasse preferem empurrar a situação com a barriga por considerar que a pauta econômica de Fernando Haddad está blindada da indisposição política entre os dois. Segundo um dos vice-líderes do governo na Câmara, a agenda econômica “é de fato o que interessa ao governo”. Dentro do PP, partido do presidente da Câmara, há quem diga que Lira “perdeu a mão” no embate e há falta de clareza sobre “onde ele quer chegar com isso”. A antecipação das movimentações para eleição da Mesa contaminou o ambiente. Lira vê seu mandato como presidente da Casa em contagem regressiva, seu aliado primário, Elmar Nascimento, fazendo movimentos erráticos e o presidente do Republicanos, Marcos Pereira, mostrando habilidade na condução de sua pré-campanha. Ainda há longos meses pela frente e novos candidatos podem surgir na reta final da campanha, a depender do cenário. Recém-apontados como potenciais candidatos, Aguinaldo Ribeiro (PP/PB) e Hugo Motta (Republicanos/PB) dificilmente se arriscariam a se expor agora e só se colocariam no jogo a depender de quem ainda estará na disputa no fim do ano e em qual condição.
Daiene Cardoso – Direto de Brasília
Foto: Câmara dos Deputados