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Ação da PF vai deixar Congresso mais refratário

A nova ação da Polícia Federal na manhã desta quinta-feira é mais um ingrediente no caldeirão dos problemas que o governo enfrenta neste início de ano legislativo e pode atrasar a tramitação no Congresso de propostas consideradas importantes pela equipe econômica.
As notícias dão conta que generais de quatro estrelas, o próprio ex-presidente Jair Bolsonaro e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, são alvo de buscas e apreensão, sem contar quatro detidos, entre eles pessoas muito próximas ao ex-presidente.
O PL sozinho tem 99 deputados – insuficiente para rejeitar matérias, mas em bom número para fazer obstrução. Além disso, como militares foram alvos, outros parlamentares da chamada bancada da bala podem juntar-se ao protesto.
Caberá ao presidente da Câmara, Arthur Lira, dar o ritmo nas coisas – mas, no momento, ele e o Palácio do Planalto vivem sua própria crise e, com essa nova ação, Lira terá mais um argumento para atuar em câmera lenta.

Narrativas – Brasília já está esvaziada às vésperas do Carnaval, mas o agito provocado pelas operações da Polícia Federal contra o núcleo bolsonarista nas últimas semanas reavivou os dias de Operação Lava Jato no mundo político.
Antigamente as decisões incluíam condução coercitiva, mas agora os investigadores entenderam que o método não só gera palanque in loco como amplifica o discurso de vitimização. Em março de 2016, o então ex-presidente Lula era levado para depor no aeroporto de Congonhas (SP), onde prestou depoimento por quatro horas. Em meio ao tumulto provocado por apoiadores, saiu dizendo que se sentia “um prisioneiro” e transformou o evento em ato de desagravo.
Acusado de arquitetar um golpe de Estado, Bolsonaro foi alvo hoje, mas por enquanto só terá o passaporte retido. Sobrou mesmo para seus auxiliares diretos. Desta vez as redes sociais servirão de palco para o contra-ataque e não a porta de uma delegacia.
Seja qual for o desfecho, as investigações sobre o 8 de janeiro de 2023 vão render narrativa para os dois lados da polarização nas próximas eleições: de um lado os perseguidos, do outro os defensores da democracia.

Chico de Gois e Daiene Cardoso – Direto de Brasília

Foto: Reprodução

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