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Marina de hoje não é a mesma Marina de ontem

Um dia após voltar à carga pela exploração de petróleo na foz do Amazonas, o presidente Lula não tocou no assunto em Belém, onde anunciou na sexta-feira investimentos do governo na COP 30.
Desta vez ao lado da ministra Marina Silva (MMA), o petista falou em proteção da Amazônia e disse que seu governo encontrou um Ibama – órgão foco da sua artilharia – desmontado.
A ministra também não fez menção ao tema, apenas defendeu em seu discurso os investimentos em políticas de descarbonização.
No cerco ao Ibama para forçar a autorização para a realização de estudos na Margem Equatorial, é mais fácil Lula trocar o presidente do órgão, Rodrigo Agostinho, do que Marina sair do governo – como aconteceu em 2008. A ministra sabe que a exploração na foz já está precificada (apesar de comprometer a narrativa da COP), que Lula precisa atender ao grupo político interessado no projeto e que ele mesmo quer a exploração. E ponto.
Diferentemente do que aconteceu no passado, quando esperava contar com o apoio de Lula, a Marina dos dias atuais é mais “escolada”. O governo Lula 3 precisa dela para manter sua boa imagem internacional na área ambiental, afinal tem uma COP para tocar neste ano. Isso significa que, agora, Marina seria indemissível.
Já Agostinho, uma figura comprometida com a agenda ambiental, pode eventualmente ser substituído por Márcio Macêdo, ministro da Secretaria Geral da Presidência. A leitura do setor ambiental é que Macêdo não seria, nesta situação, deslocado para o Ibama para “defender floresta” e sim representar os interesses do PT.

Equipe BAF – Direto de Brasília

Foto: ANSA, EPA

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