A informação de que o governo Lula privilegiou prefeitos e governadores aliados com recursos extras do Ministério da Saúde, revelada hoje pela Folha de S.Paulo, tende a colocar mais combustível na fogueira de insatisfação do Centrão com a pasta e com o Palácio do Planalto. No retorno efetivo aos trabalhos, os corredores do Congresso devem repercutir a narrativa de que o ministério retém emendas de parlamentares não-alinhados e reforçar o discurso de que o requerimento cobrando esclarecimento da ministra Nísia Trindade sobre os critérios para liberação de recursos apadrinhados por deputados e senadores, feito no início do mês, veio em boa hora. O requerimento contou, inclusive, com a assinatura de Arthur Lira. No curto prazo, o objetivo é garantir a fluidez da liberação de verbas para ações na área, mas não tardará para que a pressão pelo cargo de Nísia volte à tona, ainda mais em tempos de crescimento dos casos de dengue. Também não vai demorar para que a ministra seja chamada ao Parlamento para explicar a epidemia e o ritmo de vacinação.
Daiene Cardoso – Direto de Brasília
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