No dia em que se encontrou com seu antecessor, Michel Temer, o presidente Jair Bolsonaro se viu pressionado por todos os lados a recuar da beligerância, se deu conta que a corda está roída e que o ponto fraco na Praça dos Três Poderes está no Palácio do Planalto. Em uma nota divulgada nesta tarde, Bolsonaro diz que “nunca” teve a intenção de agredir os Poderes e prega a harmonia, filosofia que não colocou em prática até então. “Por isso quero declarar que minhas palavras, por vezes contundentes, decorreram do calor do momento e dos embates que sempre visaram o bem comum”, diz o texto. O presidente da República ainda afirma estar disposto ao diálogo. O curioso é que ele dinamitou as pontes com o Judiciário nas últimas semanas e pode ser difícil reconstruí-las. Fontes do Palácio do Planalto informaram pouco antes da divulgação da nota que Bolsonaro se pronunciaria após o forte discurso do presidente do TSE, Luís Roberto Barroso. O presidente sentiu as palavras contundentes de Luiz Fux ontem e hoje de seu alvo preferencial, ao lado de Alexandre de Moraes. As reações de Bolsonaro hoje deixaram sua militância digital desnorteada, reclamando que “foi tudo em vão”. A primeira reação negativa veio dos caminhoneiros, que tiveram dificuldades em acreditar que o presidente estava pedindo o fim dos bloqueios estimulados pelos próprios bolsonaristas. Agora sua base custa acreditar que Bolsonaro voltou atrás.
Daiene Cardoso – Direto de Brasília
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