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Votação do marco temporal antes da MP foi estratégica

Causou tensão na base governista a decisão de Arthur Lira de colocar na pauta oficial apenas a votação do projeto do marco temporal da demarcação de terras indígenas, deixando no ar a possibilidade de não votar nesta noite a MP da reestruturação ministerial (1154). Como o marco era prioritário para o presidente da Câmara, a estratégia foi obrigar a base do governo a comparecer no plenário, sob o risco de apreciar a MP crucial para Lula faltando só um dia para o fim da sua validade. Os governistas atuaram para evitar que o marco fosse apreciado hoje e queriam que esta MP abrisse a sessão, mas este não era o roteiro traçado por Lira. A leitura entre os governistas era que o presidente da Câmara estaria cobrando o cumprimento de acordos e que o episódio desta noite é o prenúncio de que o próximo mês será mais difícil para o Executivo. “A lua de mel acabou”, concluiu um vice-líder do governo na Câmara. Só depois da aprovação do marco temporal, Lira deu início à votação da MP 1164, do Bolsa Família. Ele, no entanto, disse que pretende votar também a MP 1154.

Daiene Cardoso – Direto de Brasília

Foto: Pablo Valadares, Câmara dos Deputados

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