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Vida de independente é o melhor dos mundos

Há cinco meses, líderes do governo no Congresso repetem que a base aliada vai variar de acordo com o projeto em votação. É o que o vice-presidente da Câmara e presidente do Republicanos, Marcos Pereira (SP), definiu bem na entrevista ao Valor Econômico hoje: “base gelatinosa”. O deputado põe a culpa no “maestro” Lula pela articulação política emperrada (e pela base mal construída) e reafirma que seu partido não fará parte do bloco governista, mesmo que a ministra Daniela Carneiro (Turismo) confirme a filiação ao partido. Pereira alerta que o governo não está funcionando como deveria, aponta “desorganização” e lembra que só foi procurado na época da aprovação da PEC da Transição. Ainda assim, ele deixa claro a disposição do partido em votar a Reforma Tributária e a nova regra fiscal, mas destaca pontos que o BAF vem indicando como problemáticos desde o protocolo do projeto: necessidade de punição para o descumprimento da meta e urgência de esclarecimentos sobre a origem das receitas. No dia 19, o BAF informou que os líderes do Centrão apontavam dificuldades para votar o arcabouço até o dia 10/05, como quer Arthur Lira, e hoje o vice-presidente da Câmara afirma que a data é impossível de ser cumprida. Outro destaque da entrevista é a perspectiva de Pereira para a sucessão presidencial. O cacique considera um cenário de Jair Bolsonaro inelegível, reconhece a força do governador Tarcísio de Freitas como possível presidenciável, mas pondera que os antecessores que abandonaram o governo paulista não foram bem sucedidos no movimento, ou seja, talvez a reeleição ao governo paulista seja o caminho mais seguro para Tarcísio em 2026. Confortável na posição que ocupa, Marcos Pereira fala com a autoridade de quem terá cada vez mais espaço no governo Lula e ainda assim se coloca no jogo como independente para poder fazer as críticas que quiser, mas sem compromisso com voto.

Daiene Cardoso – Direto de Brasília

Foto: Reprodução

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