A decisão do presidente Jair Bolsonaro de ir ao Congresso na solenidade de promulgação da PEC das Bondades tem todo um simbolismo. O presidente fez questão de ir à cerimônia e sentar-se ao lado dos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco, e da Câmara, Arthur Lira, na sessão do Congresso. Bolsonaro era só sorrisos e não deu sinal de nenhum incômodo por ter tomado um “chá de cadeira” de pelo menos dez minutos de Pacheco, que não estava na Casa quando o presidente chegou. A ida ao Congresso foi considerada fundamental pelo Planalto pelas imagens produzidas e a repercussão que o fato traria. Sua presença no Senado serviu para o presidente bater bumbo com a aprovação da PEC e deflagrar a campanha para mostrar à população que foi uma vitória a concessão dos benefícios, ocorrida em tempo recorde, que representará dinheiro na veia da população mais pobre a menos de 3 meses das eleições. Bolsonaro, além de querer faturar com a aprovação dos R$ 41 bilhões a serem distribuídos a partir do início de agosto, ele fez questão de exaltar, em seu discurso, a importância da participação dos parlamentares na aprovação do texto. Para um plenário esvaziado, Bolsonaro fez questão de agradecer a ajuda recebida pelo Congresso para aprovar a PEC. Bolsonaro repetiu pelo menos 10 vezes que conseguir a aprovação do texto, graças ao alinhamento do Executivo com o Parlamento. A partir de agora, o Planalto tem pressa para regulamentar as medidas e garantir o pagamento dos benefícios, mas a previsão inicial é de que eles sejam pagos por volta de 9 de agosto. No trajeto entre o Planalto e o Congresso, perguntado pelo BAF se poderia, em caso de ser reeleito, estender os benefícios da PEC, Bolsonaro apenas riu. Não respondeu também se poderia antecipar o pagamento de parcelas para ampliar o volume de recursos no bolso da população antes das eleições.
Tânia Monteiro – Direto de Brasília