No mesmo dia em que o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, alfinetou a Petrobras por não reduzir o preço dos combustíveis, a estatal aumentou o preço do Querosene de Aviação (QAV). O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, já deixou claro que não vê espaço para reduzir o preço, o que poderia ajudar nos planos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em reduzir o preço das passagens aéreas. No dia 1° de março, a Petrobras aumentou o preço do QAV, em 6,40%, para R$ 5.647,70/m3. Desde o primeiro dia de 2024, o aumento do QAV já acumula alta de 12,75%. O ministro de Minas e Energia tem se colocado de forma a agradar Lula, tecendo declarações políticas sobre a Petrobras, deixando Prates mais acuado enquanto tem de lidar com preocupações do mercado sobre a distribuição de dividendos e sobre a preservação dos direitos dos acionistas, e em meio à apuração sobre contratos da estatal com a Unigel. No mesmo dia do aumento do QAV, após evento na B3, Silveira disse que dialoga com empresas para que haja “equilíbrio entre o interesse dos acionistas e entre a obrigação constitucional e prevista na Lei das Estatais, que é a responsabilidade social das empresas de petróleo no Brasil”. Acuado, Prates está bem menos preocupado em baixar o preço do QAV. Há assuntos mais quentes em seu colo. Enquanto isso, Silveira chama as aéreas para conversar, quando o que realmente poderia ajudar a reduzir preço das passagens seriam corte de impostos federais e planejamento integrado, com Turismo e Embratur, por ganhos de produtividade.
Flávia Pierry – Direto de São Paulo
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