Os presidentes do Brasil e do Paraguai se reúnem nesta tarde em Foz do Iguaçu. Na pauta, a revisão do anexo C de Tratado de Itaipu, que estabelece as condições de comercialização de energia gerada na hidrelétrica binacional, cujo vencimento ocorrerá em 2023. O Paraguai quer alterar o anexo C do tratado para aumentar o preço que o Brasil paga pela energia excedente produzida em Itaipu e que eles revendem para o nosso país. Queixam-se ainda de dívidas da Itaipu que já foram pagas. O problema é que o preço já foi reajustado e o Brasil não aceita novas cobranças, ainda mais que o nosso país arcou com todas as obras da hidrelétrica, onde eles entraram só com a água. Hoje, o Paraguai já leva vantagem sobre o Brasil, no acordo que está em vigor. Embora este tema passe ao largo da campanha eleitoral no Brasil, no Paraguai é assunto que tem forte apelo popular e pode ser decisivo para garantir a eleição de um candidato ou derrubá-lo. Em período eleitoral e de inflação alta, qualquer possibilidade de elevação de preço de energia preocupa o governo federal. Daí a importância dessas conversas entre os dois presidentes para garantir que haverá consenso nas bases financeiras do acordo. Com 20 unidades geradoras, a hidrelétrica de Itaipu produz em torno de 8,5% do total da energia consumida no Brasil e quase 85,6% da paraguaia.
Tânia Monteiro – Direto de Brasília