Interlocutores do presidente Jair Bolsonaro preferiram não classificar como “derrota” a decisão do presidente da Câmara, Arthur Lira, de adiar a votação da PEC das Bondades para terça-feira. A palavra usada foi “cautela”. A avaliação no Planalto é que, de fato, torciam para que o texto tivesse sido aprovado ontem, mas o próprio presidente Jair Bolsonaro teria reconhecido que o Congresso tem “o seu tempo”. Embora todos admitam que o adiamento é favorável à mobilização da oposição, os interlocutores do presidente reiteraram que é marola desse grupo, que não derrubará o texto porque não tem como votar contra o aumento do benefício. Para eles, neste caso, a oposição estaria em “um mato sem cachorro”. A conclusão é que não era o que o Planalto preferia, já que estão com pressa para promulgar a medida que permitirá colocar o dinheiro no bolso da população o quanto antes. Mas também não é um problema, já que eles têm até o fim da semana que vem para aprovar. A avaliação é que na terça-feira liquidam a fatura e que sempre é muito difícil aprovar qualquer coisa na quinta-feira, ainda mais em tempos de campanha. A expectativa é de que, no início da semana, Arthur Lira coloque o texto em votação e o aprove. A ideia de votar ontem era para “adiantar” a agenda. O atraso traz “prejuízo zero”, dizem, já que a PEC prevê que sejam feitos cinco pagamentos e eles começam em agosto. Embora acreditem que a votação sai na terça, os assessores lembram que têm toda semana para resolver isso.
Tânia Monteiro – Direto de Brasília