O plano do governo federal de reduzir o preço do Querosene de Aviação (QAV) vai depender, como ocorre muitas vezes nessas empreitadas, da Petrobras, que produz cerca de 90% do QAV vendido no Brasil, segundo dados da Confederação Nacional do Transporte (CNT). Porém o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, já afirmou publicamente que não vê correlação entre a redução do preço do combustível e o preço das passagens aéreas. Já os produtores independentes, que respondem por menos de 10% do mercado interno, afirmam que vêm reduzindo custos ao máximo, mas apontam que a própria Petrobras não tem incentivo para espremer mais seus custos. Também apontam que há muita concentração na distribuição, com Vibra e Raízen ocupando 85% do market share, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), além de dificuldades em fornecer nos grandes aeroportos, onde prevalecem os dois agentes dominantes. A redução do QAV é defendida pelas empresas aéreas como forma de viabilizar a redução das passagens aéreas. O setor afirma que o QAV no Brasil tem preço muito acima do combustível em outros países.
Flávia Pierry – Direto de São Paulo
Foto: Arquivo/M&E