O governo federal tem demonstrado que conhece muito pouco o setor aéreo e áreas correlatas, avaliou agente ligado à produção e distribuição de querosene de aviação (QAV) ao BAF.
As propostas que vêm sendo colocadas à mesa para discussão com o setor produtor de combustível aéreo e às empresas aéreas são muito limitadas e não vão ao encontro do que o setor poderia aceitar. Segundo o agente, não basta pedir redução de preço do combustível – o que poderia ser feito com redução dos tributos federais, ele exemplifica. O governo deveria propor medidas transversais, que estimulassem ganhos de produtividade para as empresas aéreas e para quem produz e distribui QAV, o que teria de ser feito em conjunto com governos estaduais e secretarias de Turismo, além da Embratur.
Hoje, dez aeroportos concentram 80% do volume de QAV abastecido no Brasil, com contratos de longo prazo entre as três empresas fornecedoras (Vibra, Raízen e AirBP).
Conversa – A existência de postos de abastecimento em aeroportos de menor porte não garante fornecimento de QAV, pois empresas buscam abastecer em Estados com benefícios de ICMS, por exemplo, o chamado “Tankering”.
“O governo precisa estimular a criação de malhas aéreas diferentes, que levem a maior volume de abastecimento”, afirmou a fonte, que cita a medida como exemplo de proposta que o setor de QAV poderia gostar de ouvir do governo, em contrapartida à busca de reduções nos preços.
Contratos mais longos de uso dos aeroportos e facilidade em licenciamentos ambientais para postos também estão entre pontos de atrito no setor, que poderiam ser alvo de aprimoramentos pelos agentes públicos.
“Está faltando sentar para conversar. Os agentes do setor de aviação são racionais, tomam decisões de longo prazo, mas também são criativos e flexíveis. Se vier uma proposta integrada, bacana, o setor tentará auxiliar (no plano do governo)”, disse.
Flávia Pierry – Direto de São Paulo
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