Parte do PT encarou com surpresa a escolha de Paulo Okamotto para a presidência da Fundação Perseu Abramo em substituição a Aloizio Mercadante. Presidente do Instituto Lula e um dos colaboradores mais próximos do petista há décadas, Okamotto foi uma indicação do próprio presidente da República. O perfil do novo presidente da FPA, um ex-sindicalista mais acostumado com funções executivas, administrativas e políticas, difere dos seus antecessores, quase todos vindos do meio acadêmico (com exceção de Arthur Henrique, ex-presidente da CUT). Além de produzir subsídios para as formulações programáticas do partido, a FPA edita dezenas de livros, a revista Teoria e Debate, fornece cursos de formação em diversas áreas e administra verbas do Fundo Partidário. A favorita de alguns setores do PT era a pedagoga Nilma Lino Gomes. Negra, ex-ministra da Mulher, ela foi reitora da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira. Para petistas, a escolha de Okamotto mostra que Lula passou a se preocupar em ocupar espaços onde antes não interferia.
Ricardo Galhardo – Direto de São Paulo
Foto: Paulo Lopes, Futurapress