Depois de ter um peso importante no governo, os seguidores de Olavo de Carvalho têm apenas Adolfo Sachsida na Esplanada. O ministro chegou ao MME com disposição e tem apostado na reeleição de Bolsonaro para continuar no cargo e fazer mudanças no setor. Por enquanto, é uma relação correspondida. Agrada ao presidente o fato de que o Sachsida veste a camisa do governo e tem atuado dentro dos limites para segurar os preços dos combustíveis. Só faltou agradar também o setor. Entre as principais empresas de energia elétrica, óleo e gás e mineração, a torcida é para que Sachsida não permaneça na dança das cadeiras da Esplanada, caso Jair Bolsonaro venha a ganhar a disputa eleitoral. Além de querer fazer alterações radicais nas iniciativas no final do governo sem debate com os atores, como o caso da MP do CBIOS e na modernização do setor elétrico por decreto, agentes do setor têm reclamado da interlocução com o ministro. A maior reclamação é a falta de humildade: Sachsida não é do setor, porém mesmo assim tem adotado um tom soberbo durante reuniões com as empresas e sem disposição para ouvir representantes das empresas. O jeitão olavista pode funcionar para redes sociais, mas encontra barreiras no mundo real da política que depende do setor privado.
Equipe BAF – Direto de Brasília
