Como o BAF informou mais cedo, o presidente Jair Bolsonaro não poupou o ministro Bento Albuquerque, a quem atribuiu, segundo seus interlocutores, responsabilidade no desgastante episódio envolvendo o comando da Petrobras. Segundo informações que chegaram ao Planalto, o ministro das Minas e Energia, mesmo tendo recebido o documento do Comitê de Compliance da empresa, esperou ver para onde o vento levaria essa questão, na esperança de encontrar respaldo no Congresso para a nomeação. Teria acreditado ou tentado negociar respaldo, particularmente com o presidente da Câmara, Arthur Lira, deixando Bolsonaro exposto nesta crise. O trabalho era tentar ver se, pelo menos no caso de Adriano Pires, era possível contornar as polêmicas e manter a sua indicação com algum tipo de apoio político. Mas era incontornável, ressaltou a fonte. Isso deixou o governo praticamente sem saída e, pior, sem conseguir resolver o problema de origem, que era ter alguém que entendesse dos meandros da empresa, para atender aos desejos do presidente de encontrar uma saída para driblar a paridade e reduzir os preços. E agora o desejo original, que era deixar o governo entrar na Petrobras, está perdido, com todo o desgaste das trocas.
Tânia Monteiro – Direto de Brasília