O feriado não ajudou a refrescar os ânimos nas campanhas de João Doria e Eduardo Leite nas primárias do PSDB. Já eram mais de 23h quando Leite teve de ir ao Twitter para dizer que não procedia a informação de que sua candidatura havia pedido o adiamento das prévias, marcadas para domingo (21). Uma hora antes, Doria e Arthur Virgílio haviam divulgado uma nota conjunta afirmando que a proposta era “imoral e inaceitável”. O ponto da discórdia é o aplicativo do PSDB para a votação. O partido tem 1,4 milhão de filiados, mas, até quinta-feira, pouco mais de 28 mil pessoas haviam se cadastrado nele para votar. A maioria dos eleitores, nos cálculos da semana passada, era de São Paulo: cerca de 60%, contra 10% do Rio Grande do Sul. O prazo de inscrição terminou ontem e, para piorar o clima, um dos filiados que baixou o aplicativo para votar foi o ex-governador Geraldo Alckmin. Os tucanos paulistas o criticaram por votar nas prévias às vésperas de deixar o partido. Mas o que gerou o desgosto foi Alckmin ser eleitor de Eduardo Leite. O ex-governador não escondeu a mágoa com Doria, que, na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes, em 2018, colou sua imagem em Bolsonaro e abandonou o ex-governador. Naquela eleição, Alckmin amargou o quarto lugar no que foi o pior desempenho dos tucanos numa presidencial.
Tatiana Farah – Direto de São Paulo