A pressão pela saída de Jean Paul Prates na Petrobras diminuiu nos últimos dias. Ao optar por mantê-lo no cargo, Lula espera que ele siga o modelo Alexandre Silveira de fazer política energética. E a edição da MP de ontem para baratear a conta de luz momentaneamente – embora sob risco de aumento ainda maior mais adiante – é a lição de casa que Prates tem que estudar.
Silveira sabe da preocupação de Lula com sua popularidade imediata e arrumou um jeito de contribuir para melhorá-la, apesar de a medida ser totalmente populista.
E é isso que o presidente espera que a Petrobras também faça – não basta não subir o preço do combustível, é preciso fazê-lo baixar.
Se Prates conseguir uma fórmula que agrade a Lula – não importa o impacto nas ações ou no futuro – terá o apoio permanente do petista.
Vitória de Haddad- A leitura de um importante aliado do governo no Congresso Nacional é que a permanência de Prates à frente da Petrobras é vitória de Fernando Haddad e derrota dos colegas Rui Costa e Alexandre Silveira.
O parlamentar, que esteve nos últimos dias com Lula, disse sob anonimato que até domingo a ordem era realmente dispensar Prates, mas Haddad o convenceu que a proposta de distribuição de dividendos seria vantajosa para a União. Lula mudou de ideia sobre a demissão e Prates fica, por enquanto.
Segundo o parlamentar, Aloizio Mercadante (presidente do BNDES) se apressou indevidamente para se colocar como “cotado” para o cargo.
Chico de Gois e Daiene Cardoso – Direto de Brasília
Foto: Jéssica Sant’Ana/G1