Reportagem da Folha de S. Paulo sobre a possibilidade jurídica de Janja ser candidata a presidente em 2026 tirou o tema do armário no PT. Correligionários de Lula, que antes se recusavam a tocar no assunto agora aceitam falar, ainda que reservadamente. Consultas feitas a especialistas em direito eleitoral confirmam que existe um precedente legal: a candidatura de Rosinha Garotinho ao governo do Rio em 2002. No entanto, os entraves políticos são vistos hoje como intransponíveis. Lula precisaria renunciar à Presidência seis meses antes do término do mandato, em junho de 2026, para que Janja fosse candidata tecnicamente à reeleição. Ou seja, poderia concorrer a apenas um mandato. Ainda assim haveria o risco de o TSE rejeitar a candidatura. Além disso, o PT é refratário à ideia. Hoje existem três nomes do partido em condições de disputar a sucessão de Lula: Fernando Haddad, Rui Costa e Gleisi Hoffmann. Todos já se movimentam e articulam. Para viabilizar Janja no próprio partido, a primeira-dama e o governo precisariam estar muito fortes nas pesquisas já em 2025, depois das eleições municipais, quando começam para valer as negociações com vistas a 2026. E depois ainda teria que atrair partidos aliados que também têm seus nomes, como Geraldo Alckmin, Simone Tebet e Flavio Dino.
Ricardo Galhardo – Direto de São Paulo
Foto: José Cruz, Agência Brasil