A invasão de três fazendas produtivas da Suzano, no sul da Bahia, escancarou o mal-estar entre o MST e o governo. Nas últimas semanas, o MST reclamou da demora nas escolhas para o Incra, Conab e Ceagesp, cujos nome só foram indicados sexta-feira. Isso se soma à insatisfação dos sem-terra desde o período da transição, quando se movimentaram para indicar os principais nomes da área, mas perderam as disputas. Além disso, o MST cobra ações emergenciais para a liberação de créditos para o plantio e intermediação do governo em relação a acampamentos em vias e reintegração de posse, como o Marielle Vive, em Valinhos (SP). Tanto o MST quanto o ministro Paulo Teixeira negam que exista relação entre as invasões na Bahia e as cobranças. A realidade, porém, é que os fatos coincidem. As invasões de terras produtivas irritaram profundamente integrantes do governo, que viram nas ações um prato cheio a ser explorado pela oposição, principalmente nas redes. Dirigentes do MST dizem que a temperatura tende a baixar conforme as nomeações recém anunciadas forem oficializadas. O movimento deve se encontrar com Teixeira até o final da semana.
Ricardo Galhardo – Direto de São Paulo
Foto: Estadão Conteúdo