Ao defender a privatização da Petrobras durante a audiência pública na CAE, o ministro Paulo Guedes fez malabarismo para conseguir se adequar ao discurso de Jair Bolsonaro contra a empresa. Guedes passou a criticar o PPI, que o ministro agora considera financista, e que a solução para o modelo atual é a privatização da petroleira. O preço de paridade internacional seria um ‘remédio amargo’ para lidar com uma empresa ainda sob controle da União. É uma forma de caminhar junto com Bolsonaro, que passou a creditar à Petrobras a responsabilidade pelo aumento dos preços dos combustíveis. É um discurso que já tinha sido adotado antes por Adolfo Sachsida em audiências públicas anteriores. O ministro de Minas e Energia chegou a defender que a Petrobras praticasse preços de mercado ao invés do PPI como forma mais eficaz de precificação dos combustíveis. Para justificar a privatização com viés social, o ministro da Economia disse que os recursos levantados poderiam ser usados para abastecer fundos de compensação à pobreza. O discurso foi para quase ninguém. O clima de recesso somado à sessão do Congresso Nacional deixou a sessão com dois ministros esvaziada. Ao todo, cerca de cinco senadores passaram pela audiência para cobrar do Executivo respostas sobre o abastecimento e preço dos combustíveis.
Equipe BAF – Direto de Brasília