Alguns emissários estão procurando o Palácio do Planalto na tentativa de demover o presidente Jair Bolsonaro da ideia considerada “absurda” de realizar um desfile militar no dia 7 de setembro, na Praia de Copacabana. A “inédita” iniciativa foi anunciada por Bolsonaro no discurso da convenção que selou o nome de Tarcísio de Freitas como candidato ao governo de São Paulo. A iniciativa foi recebida com “perplexidade” e “surpresa”, inclusive entre os militares. Segundo fontes ouvidas pelo BAF, “essa proposta não tem como prosperar”. O general Braga Netto, candidato a vice na chapa de Bolsonaro, já foi procurado, inclusive por militares, pedindo para que este ato não seja realizado. Também chegaram preocupações ao Ministério da Defesa. Motivos para preocupações não faltam, inclusive políticos e logísticos. Político porque uma convocação como essa tem claro objetivo de que fosse dada demonstração de apoio ao presidente Jair Bolsonaro, com as Forças Armadas sendo usadas para isso, o que é descabido. Logístico porque seria um transtorno para as três forças militares e auxiliares transportar da Vila Militar, na zona Oeste do Rio, para a praia de Copacabana, na zona Sul, os cerca de quatro mil militares, além de tanques, caminhões, equipamentos, carros de combate e cavalos que costumam participar das apresentações. O desfile militar no Rio, tradicionalmente, é realizado às 9h da manhã na Avenida Presidente Vargas, no centro da cidade. E a previsão para este ano continua exatamente a mesma. Essa mobilização gigantesca causaria também um problema para a população, atrapalhando o seu feriado. A ideia estaria sendo considerada “um tiro no pé” e descartada por diversos segmentos civis e militares.
Tânia Monteiro – Direto de Brasília