Motoristas de caminhões e taxis são exemplos do tratamento preferencial dado pelo presidente Jair Bolsonaro a alguns grupos de eleitores. No caso dos caminhoneiros, vão receber em agosto duas parcelas do auxílio de R$ 1.000 referentes aos meses de julho e agosto. Por influência dos líderes do Centrão, especialmente o ministro da Casa Civil Ciro Nogueira e o presidente da Câmara Arthur Lira, há bastante pressão para que as bondades sejam distribuídas de maneira mais difusa, o que daria força à campanha no Nordeste, região onde o ex-presidente Lula leva grande vantagem nas pesquisas de intenção de voto. O Auxílio Brasil de R$ 600 é consequência desse conjunto de forças que atuam nas decisões do governo. Outro grupo querido de Bolsonaro é o dos policiais. Apesar de eles não terem obtido a prometida “reestruturação” de três carreiras – eufemismo para aumento de salário – receberam adicional de R$ 2 mil quando ficam de sobreaviso, situação rotineira para a corporação. No Congresso, Bolsonaro contou com o apoio da oposição para aprovar a PEC das Bondades, mas o aumento de gasto seria limitado ao segundo semestre. Aumentam as dúvidas sobre o risco de todas essas bondades serem transformadas em permanentes, o que vai deteriorar o quadro fiscal e terá, certamente, um preço alto a ser pago em termos de juros e inflação.
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília