Negociadores do governo no Congresso sabem que se a decisão política for a de aprovar nova emergência para justificar o pagamento de R$ 600 mensais às mais de 21 milhões de famílias beneficiárias do Auxílio Brasil em 2023, é preciso aproveitar o momento da eleição. O tempo está se esgotando. Faltam 26 dias para o primeiro turno. Na semana passada, o ministro Paulo Guedes disse que é evidente que o governo vai pagar os R$ 600 no ano que vem. Segundo ele, a solução temporária é prorrogar o que chamou de calamidade se a guerra da Ucrânia continuar. O desfecho ideal, para o ministro, é os senadores aprovarem a mudança que tributa lucros e dividendos. Nas contas dele, seriam arrecadados permanentemente mais R$ 69 bilhões por ano, suficientes para corrigir a tabela do Imposto de Renda (R$ 17 bilhões) e pagar o Auxílio Brasil de R$ 600 (R$ 52 bilhões). Na mesma entrevista, Guedes afirmou que o crescimento está acima do esperado, a inflação está caindo, o regime fiscal está forte e o Brasil está reduzindo o desemprego, sinais de uma retomada vigorosa. Segundo a análise dele, parece não haver motivo para falar em emergência ou calamidade.
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília