O presidente do Banco Central já deu várias declarações contrárias à elevação da meta de inflação, mas, apesar dessa esperada posição de Roberto Campos Neto, os outros dois integrantes do CMN podem prevalecer. A discussão está aberta porque é grande a pressão do presidente Lula e não há sinais de que vai ser moderada nem ao menos pelos que argumentam ser inútil mudar o objetivo da política monetária em 2023. Por outro lado, há entre os conselheiros econômicos de Lula quem defenda que uma sinalização do BC para este ano é importante para as perspectivas do crescimento da atividade. Não há confirmação de que essa discussão da meta de inflação será feita na reunião do CMN marcada para quinta-feira. Lula citou que, em seus dois mandatos anteriores, a meta de 4,5% foi cumprida e o Brasil não teve inflação alta. Segundo o BC, a meta de 4,5% vigorou de 2005 a 2018. Houve descumprimento em 2015 no governo de Dilma Rousseff, quando a variação do IPCA foi de 10,67%. Lula tem abordado aspectos mais técnicos da política monetária e afirmou que o Brasil não tem inflação de demanda e que não é adequado buscar níveis europeus de inflação. Para o presidente, se o país crescer, é aceitável inflação de 4,5% ou 4%.
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília
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