Mesmo tentando melhorar a organização da campanha (com a realização de reuniões com Jair Bolsonaro e agora com seus ministros), a equipe de campanha tem encontrado dificuldades em reunir e promover um trabalho conjunto entre os diversos segmentos que defendem a reeleição do presidente. Um dos principais problemas é que os diferentes segmentos da campanha não se falam. Na área de comunicação, por exemplo, o recém-chegado à campanha Fábio Wajgarten não consegue mobilizar a Secretaria de Comunicação do Planalto para publicar notícias favoráveis ao governo em suas páginas e emissoras. A Secretaria, por sua vez, não consegue falar com Carlos Bolsonaro, que é o responsável pela campanha do pai nas mídias sociais. Paralelamente a esse desencontro na área de comunicação, algumas estruturações da campanha estão em andamento, tentando alinhavar estratégias. Outra dificuldade que permanece é a ausência de informações prévias sobre as agendas de viagem do presidente. Sem informações, os aliados não conseguem antecipar a divulgação das viagens para prepará-las melhor e torná-las menos improvisada. A preocupação de Bolsonaro com segurança e a sua mania de perseguição também tem dificultado a preparação de eventos e negociações com aliados regionais. Além disso, ainda tem a dificuldade de o presidente dividir decisões importantes da campanha. Bolsonaro concentra muitas vezes decisões de viagens, atos ou conversas, surpreendendo muitas vezes a sua equipe responsável por divulgá-las. Todos, no entanto, estão tentando se adaptar ao jeito Bolsonaro de ser para melhorar a forma de vender ao público o presidente, que não gosta e não segue orientações de auxiliares.
Tânia Monteiro – Direto de Brasília