A semana começou com grande movimentação do governo, tendo à frente o senador Flávio Bolsonaro, um dos coordenadores da campanha à reeleição de Jair Bolsonaro, para impedir que avance no Senado a instalação da CPI do MEC. Esta é a prioridade do Planalto e do comitê de campanha. Flávio Bolsonaro conversou ontem com vários senadores e trabalha pela retirada de nomes da lista, que conta com uma assinatura a mais do que a necessária para o início das investigações. Vai continuar esse trabalho hoje, sem revelar com quem está conversando, para evitar assédio da oposição. Apesar de a temperatura ter subido bastante nos últimos dias, por conta da pressão da oposição e da imprensa, a estratégia é impedir, de todas as formas, a instalação da CPI. O argumento é que não é possível que se dê um palanque como esse para a oposição neste momento. Bolsonaro conta com a ajuda do presidente da Câmara, deputado Arthur Lira, para tentar convencer o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, de engavetar o pedido. Pacheco, que inicialmente disse que não havia energia para realização de uma comissão de inquérito em momento pré-eleitoral, na avaliação de interlocutores do presidente, já foi contaminado pela oposição e começa a revelar para aliados que vai sim instalar a CPI, para desespero do Planalto. O líder do governo no Senado, Carlos Portinho, minimiza a força da oposição, lembrando que há uma fila de CPIs à frente do novo pedido. Os próximos dias serão considerados decisivos pelo governo. Neste momento a retirada de apoios seria a única maneira de evitar a investigação, diante dos últimos sinais de Pacheco. No entanto, até agora, Flávio não teve sucesso nas suas investidas.
Tânia Monteiro – Direto de Brasília