O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) é destino frequente de conflitos que envolvem o abuso de poder econômico que prejudica consumidores e concorrentes. É grande a variedade das suspeitas de ilegalidades e fraudes atribuídas a cartéis de redes de postos e acusações contra usinas, refinarias, produtoras e distribuidoras de derivados de petróleo. Na campanha eleitoral do ano passado, houve acusação de favorecimento do candidato Jair Bolsonaro quando postos de Brasília evitaram aumentar seus preços. Em 2016, uma das maiores redes de postos do Distrito Federal sofreu uma intervenção que afastou os gestores da empresa por um período. Operações policiais e do Ministério Público já foram realizadas com espetáculo. Em 2003, a Câmara encerrou uma CPI que fez muito barulho e revelou corrupção, fraudes e abusos em todos os segmentos da cadeia produtiva dos combustíveis. Esse é o cenário de dificuldades que o governo Lula vai enfrentar se quiser evitar que o consumidor final seja, mais uma vez, prejudicado. Intervenção em preços tem seu preço. Ontem, no anúncio da MP 1163, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que vai procurar o presidente do Cade, Alexandre Cordeiro, para garantir os ganhos do consumidor, principalmente no caso do álcool.
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília
Foto: Iano Andrade, Portal Brasil