O principal obstáculo político da PEC da Transição na Câmara é ainda o prazo de dois anos para que o Bolsa Família fique de fora do teto de gastos. Deputados do Centrão e da nova oposição entendem que o período tiraria força de barganha entre o Congresso e o governo em outras votações na primeira metade da gestão de Lula. Na prática, o aval para o programa social e outros investimentos faria com que Lula não precisaria vir à Câmara para negociar outras pautas importantes. Com isso, defendem que a proposta tenha apenas autorização para os pagamentos em 2023 já no Senado. Parlamentares do PT cobram de Arthur Lira para que mantenha o texto que for votado entre senadores, mas começam a surgir dúvidas se terão sucesso na estratégia. A avaliação de parlamentares de Centro é de que, caso a PEC chegue com o prazo de dois anos, as chances são altas de que o texto seja aprovado, mas com alterações. O valor de R$ 145 bilhões não é um problema para os deputados, que entendem em sua maioria que o número condiz com as necessidades de custear os programas que constam na PEC.
Equipe BAF – Direto de Brasília
Foto: Adriano Machado, Reuters