Azedou o clima de boa vizinhança que os principais assessores da campanha do presidente Jair Bolsonaro vinham tentando construir com o TSE e o ministro Alexandre de Moraes. O mandado de busca e apreensão de Moraes contra os empresários bolsonaristas deixou o presidente enfurecido. Segundo pessoas próximas ao presidente, Moraes “confirmou” as palavras que Bolsonaro usou para se referir a ele, na semana passada, após a posse no TSE. O presidente disse aos assessores que o acompanhavam que Moraes tinha sido “covarde”. Hoje à tarde está prevista uma visita do ministro da Defesa, Paulo Sérgio, a Moraes. A reunião no TSE para tratar das urnas eletrônicas foi marcada há uma semana. Há quem defenda que Paulo Sérgio não vá. Mas, até agora, não há decisão tomada. Na opinião desses auxiliares, não é possível confiar em uma relação institucional com Moraes ao ver que ele “novamente agiu pelas costas do presidente e deixou de lado a neutralidade” na condução do processo eleitoral. A busca e apreensão incluiu a quebra de sigilo bancário dos empresários. Além disso, Moraes determinou o bloqueio das contas bancárias, das contas nas redes sociais e a tomada de depoimento de todos eles. Todas as medidas consideradas exageradas e desproporcionais, que podem trazer consequências, como aumentar a ira dos bolsonaristas. Na avaliação das fontes, nestas circunstâncias o presidente “não terá como pedir moderação ao pessoal”.
Tânia Monteiro – Direto de Brasília