Aliados de primeira hora do governo se ausentaram no momento crucial da votação da PEC 01/22 e não foi preciso nem obstrução da oposição para adiar a apreciação nesta noite. A obstrução hoje ficou por conta do Novo e de alguns deputados que avisaram que votariam contra por considerar a medida eleitoreira, como Joice Hasselmann. Aliás, até o momento, o requerimento de suspensão da tramitação por 20 dias sequer foi apresentado. O líder do governo, Ricardo Barros, foi uma das ausências notadas no plenário, embora tenha registrado presença ao longo do dia. O vice-líder do governo, Lúcio Mosquini, sequer marcou presença hoje, assim como Onyx Lorenzoni, Cacá Leão, e deputados do partido do presidente, como Luiz Philippe de Orleans e Bragança e Giacobo. A preocupação com o quórum começou com o atraso da votação da PEC na comissão. Todos sabem no Congresso que, à medida que a quinta-feira avança, a Casa vai se esvaziando. Uma votação de PEC hoje em dois turnos – mais 7 destaques para enfrentar ao longo da noite – tinha grandes chances de não ser concluída justamente por causa da debandada. Ainda que a Câmara esteja operando remotamente de sextas e segundas-feiras, Arthur Lira jogou a votação para terça-feira, dia em que os parlamentares precisam estar em Brasília para votar. Essa será a nova chance da base aliada se mobilizar e se redimir por ter dormido no ponto hoje.
Daiene Cardoso – Direto de Brasília