O novo governo completa hoje cinco dias de trabalho e, além do freio de arrumação para unificar discursos e deixar claro que nada deve ser anunciado sem o aval do presidente, Lula já tem uma dor de cabeça e tanto com o União Brasil, que se intitulou independente, mas nomeou três ministros para o governo. As revelações cada vez mais constantes de conexões da ministra do Turismo, Daniela do Waguinho, com milicianos e a condenação que pesa sobre o ministro de Integração Nacional, Waldez Góes (que ainda nem é filiado ao partido), deixam Lula, de saída, numa saia justa. As negociações com o União Brasil foram conduzidas açodadamente e o presidente acabou contemplando o senador Davi Alcolumbre em detrimento do grupo de Arthur Lira e ficou sem garantia de que terá os votos da bancada. Dificilmente Lula vai demitir os dois auxiliares, a não ser que surjam acusações mais robustas. Mas começar a gestão tendo que se resignar com ataques a membros do ministério é dar munição para a oposição e ficar na defensiva num momento em que o governo devia concentrar os esforços em projetos.
Chico de Gois – Direto de Brasília
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