No evento de lançamento informal de sua pré-candidatura à reeleição, Jair Bolsonaro fez um discurso forte, cheio de ataques à oposição, no qual se apresentou como o escolhido divino para governar o País. Segundo o mandatário, se trata de uma luta entre o “bem” contra o “mal” e não da direita versus esquerda. Tenso no começo, Bolsonaro usou colete a prova de balas sob sua camisa. Aos poucos, foi se soltando e discursou por cerca de 30 minutos a uma plateia menor do que o esperado. Apresentado como “capitão do povo”, Bolsonaro disse que, às vezes, fica com o “estômago embrulhado” por precisar respeitar “as quatro linhas” da Constituição. Ressalvou que jurou que irá cumpri-la e que tomará decisão “contra quem quer que seja” para defender a “nossa liberdade e a democracia”. Pouco antes, para temor das Forças Armadas, afirmou que tinha certeza de que tem um Exército ao seu lado. Para alívio dos militares, explicou, em seguida, que esse Exército era formado por cada um dos que estavam ali presentes e pelos seus apoiadores no país. Bolsonaro voltou a atacar as pesquisas eleitorais que o apontam em desvantagem contra o candidato petista. “Uma pesquisa mentirosa publicada mil vezes não fará o presidente da República”, discursou. As denúncias contra o MEC não entraram no seu discurso, embora tenha sentenciado que “acabou a farra com o dinheiro público” e acusou seus adversários de tentarem transformar “gota d’água em tsunami”. Sem citar o problema, o presidente salientou que o governo está em “paz”. O presidente, no entanto, ao fazer a defesa indireta do ministro da Educação, acabou apresentando uma tese que pode servir ao seu principal opositor. “Todos somos humanos e podemos errar. Quem nunca errou? E devemos ter e podemos ter uma segunda chance para voltarmos a ser úteis para a sociedade”, afirmou Bolsonaro.
Tânia Monteiro – Direto de Brasília