Faltam nove dias para o presidente Jair Bolsonaro sancionar ou vetar parcialmente a lei orçamentária e o ministro Paulo Guedes tenta convencê-lo a garantir verbas suficientes para o funcionamento da máquina administrativa do Ministério da Economia. Para isso, são necessários vetos equivalentes a R$ 9 bilhões no texto aprovado pelos parlamentares. O dilema é escolher quem será contrariado, Guedes ou a base de apoio do governo no Congresso. Um decreto publicado hoje dá mais poder à Casa Civil na Junta de Execução Orçamentária, formalizando o que existia na prática. O ministro Ciro Nogueira já ocupou espaço político que era de Guedes no início da gestão de Bolsonaro. Guedes reúne-se hoje, às 17h30, com o presidente do Sindifisco Nacional para ouvir as reivindicações dos auditores da Receita Federal que entregaram, até o momento, 1.288 cargos de chefia em protesto pelo que chamam de descumprimento de acordo para o pagamento de bônus de eficiência para a categoria. Independentemente da campanha que articula dezenas de categorias de funcionários federais, Guedes trabalha para convencer Bolsonaro a evitar o prometido reajuste aos policiais federais, rodoviários e agentes penitenciários. O desafio do ministro é grande porque o desgaste político será certo se essa decisão prevalecer. Em campanha pela reeleição, Bolsonaro quer agradar os policiais que são seus tradicionais apoiadores.
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília