O capital político que o governo terá de investir para convencer deputados e senadores a aprovarem o novo arcabouço fiscal será elevado pela urgência do tema que já é complexo. Os parlamentares serão mobilizados pelo maior escopo da nova âncora que vai substituir o teto de gastos, mas vão olhar atentamente para as consequências do novo ambiente nas verbas destinadas aos seus redutos eleitorais. Esse é um espaço ocupado pelo Congresso que não tem tendência de reversão nem sequer com o fim das emendas RP9 determinado pelo STF. O ministro Fernando Haddad reafirmou hoje o que a ministra Simone Tebet já tinha dito. O projeto da lei de diretrizes orçamentárias que tem de ser enviado até 15 de abril já vai considerar o novo arcabouço. No Ministério da Fazenda, os trabalhos serão encerrados nesta semana, mas a proposta vai ser submetida aos outros ministérios da área econômica e ao presidente Lula. Outro motivo de pressa do governo é o de sinalizar ao Banco Central que o Executivo quer uma trajetória sustentável da dívida pública. O Copom se reúne em 21 e 22 de março para decidir se mantém a Selic em 13,75% ao ano.
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília
Foto: Cristiano Mariz, Agência O Globo