Adiamento do pagamento de precatórios, aumento dos restos a pagar em 2023, queda de 30% do investimento para cumprir o teto e empoçamento de R$ 21 bilhões foram alguns argumentos usados pelo secretário do Tesouro para dar contexto ao superávit primário de R$ 54 bilhões apresentado pelo governo central em 2022. Rogério Ceron ressaltou que, no acumulado de 2019 a 2022, os quatro anos do governo de Jair Bolsonaro, houve déficit primário equivalente a 10% do PIB. Ele se recusou a usar o adjetivo “artificial” para o resultado primário do ano passado. Ceron repetiu que o Tesouro trabalhará para alcançar déficit abaixo de R$ 100 bilhões neste ano e admitiu que, se for necessário, outras medidas virão. Na avaliação de Ceron, houve iminente colapso de políticas públicas e a PEC da Transição garantiu espaço mínimo no orçamento. O secretário ponderou que um patamar de receitas abaixo de 18% do PIB é insustentável para o Estado brasileiro.
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília
Foto: Sidney de Almeida/Getty Images