Será uma vitória dos técnicos da equipe econômica se a transferência temporária de recursos federais aos Estados, em troca de zerar o ICMS sobre diesel e gás de cozinha, for o desfecho da pressão do presidente Jair Bolsonaro para reduzir seu desgaste político em plena campanha da reeleição. Essa é uma das ideias estudadas e os dividendos da União, decorrentes do resultado da Petrobras, podem ser usados nessas transferências. Para o ministro Paulo Guedes, defensor da privatização da Petrobras, uma intervenção direta na política de preços da estatal é, obviamente, prejudicial à companhia. A Petrobras informa que o peso do ICMS no preço médio de R$ 112,70, do gás de cozinha, é de R$ 14,73. No diesel, essa relação é R$ 7,05/R$ 0,82. Na gasolina, é R$ 7,25/R$ 1,75. O IPCA já passou dos 12% ao ano e é apenas parte das perdas provocadas pela inflação aos brasileiros. O PLP 18, aprovado na Câmara para limitar as alíquotas do ICMS, é prioridade da equipe econômica.
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília