O desgaste político provocado pela inflação pressiona parlamentares, governadores e o presidente a tomarem alguma atitude, mas, infelizmente, poucos são os que alertam para as consequências desastrosas das fracassadas tentativas de controlar preços. No caso dos combustíveis, o jogo para apontar culpados vai arranhando a imagem da Petrobras, dos governadores e do presidente Jair Bolsonaro. A proposta de criação de um programa de estabilização de preços baseado em um novo imposto sobre a exportação de óleo cru foi aprovada na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado e pode ser votada no plenário em fevereiro.Essa ideia é combatida pelos técnicos da equipe econômica que apontam o alto risco de fracasso ou, na melhor das hipóteses, de redução irrelevante nos preços finais. Na carta pública assinada neste mês pelo presidente do Banco Central para justificar o descumprimento da meta de inflação de 2021 (IPCA em 10,06%), alguns saltos de preços mostraram o tamanho do problema no ano passado com etanol (62,24%), gasolina (47,49%), botijão de gás (36,99%) e energia elétrica (21,21%).
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília