Os integrantes do Copom terão reunião para decidir o que fazer com a Selic em 14 e 15 de junho, mas em meio a um cenário inesperado. Ontem, em evento da associação dos supermercados, o ministro Paulo Guedes e o presidente Jair Bolsonaro pediram uma trégua nos preços. A autonomia operacional do Banco Central para conduzir a política monetária será testada mais uma vez. O combate à inflação tem sido duro com o ciclo de aperto monetário em andamento, mas as atitudes de Bolsonaro e Guedes permitem especulações sobre pressões políticas. Pedir trégua na remarcação dos preços em supermercados é atitude que ninguém esperava de Guedes, defensor do Estado mínimo e da liberdade empresarial, mas é compreensível da parte de Bolsonaro, pressionado pelas recentes pesquisas de intenção de voto.
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília