O governo do presidente Lula não deu sinais de procurar reduzir o volume de crédito direcionado que escapa do alcance da política monetária. Pelo contrário, o ministro do Desenvolvimento e o presidente do BNDES defendem políticas de incentivo ao investimento que dependem de manter, aumentar ou aperfeiçoar o crédito direcionado. Na campanha eleitoral do ano passado e na transição de governo, discutiu-se abertamente mudanças na Taxa de Longo Prazo (TLP). O presidente do Banco Central já citou várias vezes esse problema. Recentemente, Roberto Campos Neto voltou a dizer que os juros estão altos, entre outros motivos, porque a recuperação de crédito é baixa, há pouca poupança, muito risco e é exagerado o volume de crédito direcionado (42%). A média dos países emergentes, segundo o BC, é de 6%. Ontem, os integrantes do Copom decidiram manter a Selic em 13,75% ao ano. Não houve surpresa no roteiro do BC que considera inflação corrente, hiato do produto e expectativas.
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília
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