Marcos Barbosa Pinto, secretário de Reformas Microeconômicas do Ministério da Fazenda, passou no teste do Desenrola. O desempenho diante de dificuldades técnicas e pressões políticas fez com que ganhasse mais prestígio com Fernando Haddad e Lula, mas ele pode levar ao governo uma agenda positiva que não é óbvia para quem ouve as declarações do presidente da República. No lançamento de uma agenda no Rio, o secretário disse que quer aprovar reformas, não apenas formulá-las. Se a mudança mais adiantada no Congresso é a do Marco das Garantias, Pinto sabe que precisa ter sucesso em um esforço maior para que os recursos financeiros captados por meio dos produtos de previdência e seguros alcancem as empresas e financiem investimentos produtivos de longo prazo. Em um país com a produtividade estagnada, ele ressalta que as maiores oportunidades estão nesses dois segmentos que, em países de economia mais madura, são a principal fonte de captação das empresas, mas, no Brasil, os títulos públicos prevalecem. Se o fôlego do mercado bancário para os financiamentos é limitado, Pinto avisa que é preciso insistir no ataque à inadimplência e na recuperação de crédito. Ele reconhece que não há um bom sistema de IVA no setor financeiro, mas pondera que há uma boa oportunidade de evolução com a Reforma Tributária.
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília
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