A demissão do presidente da Petrobras, José Mauro Coelho, há apenas 40 dias no cargo, e a escolha de Caio Mário Paes de Andrade para substituí-lo, chancela o aumento de poder do ministro Paulo Guedes, que retoma o posto de superministro. Com a entrada de Caio Andrade na Petrobras, Guedes reassume o controle da empresa, perdido quando Roberto Castello Branco foi demitido por Bolsonaro, em fevereiro do ano passado. Agora, Guedes tem mais do que isso: passou a ter em suas mãos todo o Ministério das Minas e Energia, com a chegada de seu outro ex-auxiliar direto, Adolfo Sachsida, além da estatal. Apesar da troca do comando da empresa ter permanecido no ar, com a saída do ministro Bento Albuquerque, o presidente tinha deixado de lado, pelo menos temporariamente, a sua fixação em relação à mudança na empresa, focando em outros flancos. Mas o agora todo poderoso Paulo Guedes investiu na mudança e obteve o “de acordo” de Bolsonaro. Um dos desejos do Planalto, com a chegada da dupla afinada Sachsida e Caio, é que se consiga segurar o preço dos combustíveis por mais tempo, diminuindo o estrago que o elevado preço dos combustíveis e os constantes aumentos tem trazido à sua campanha eleitoral. O problema é fazer isso sem que os demais acionistas da empresa esperneiem ou ajam contra. O presidente e Guedes entenderam que não terão problemas para aprovação do nome de Andrade no Conselho de Administração da Petrobras por não ter expertise na área de petróleo. A indicação, no entanto, poderá ser questionada juridicamente e encontrar resistência entre acionistas.
Tânia Monteiro – Direto de Brasília